Guilhermino havia saído para almoçar o tradicional 'PF'(prato feito) com o porteiro da empresa e mais um estagiário. Cabisbaixo, demonstrando claramente chateação, ele não se envolvia na conversa, prefiria o silêncio. E assim ficou quase o tempo inteiro até ouvir a frase da boca do porteiro. "Companheiro aqui é que tem sorte."
Sem entender, Guilhermino retruca: "Sorte?" "Ficar de babá de uma patricinha mimada que lhe rouba a vaga na empresa é sorte?? Pelo amor de Deus!!!"
"Pois eu e muita gente ali gostaria de estar no seu lugar"- responde o porteiro em meios a risos e um cutucão no outro estagiário.
Guilhermino resolve se calar e parar de reclamar da vida, pensando que há pessoas com mais dificuldades do que ele, e se concentra no prato de feijão, arroz, macarrão e carne guizada à sua frente.
Na volta ao trabalho, entretanto, aquela afirmação de que era uma pessoa sortuda não saía da sua cabeça.
Era algo inconcebível pra Guilhermino, que se achava o ser mais azarado do Universo por ter que aguentar a 'Particinha'. Falando nela: "Guiiiiii...Que bom que eu te achei. Preciso muito de você! Você tem que me ajudar". A voz melosa de manipulação irritava demais o estagiário. Ele a seguiu sem falar muita coisa e foram ambos para a sala de Michele.
Ela explicou que tinha um trabalho para o desodorante Axe. Resmungando, Guilhermino diz que uma propraganda para essa marca de desodorante era muito fácil de fazer, bastando indicar que alguma mulher foi atraída por um homem e relacionar isso ao produto. Concordando, a funcionária joga sobre a mesa alguns exemplos enviados enviados pela empresa:
Sem entender, Guilhermino retruca: "Sorte?" "Ficar de babá de uma patricinha mimada que lhe rouba a vaga na empresa é sorte?? Pelo amor de Deus!!!"
"Pois eu e muita gente ali gostaria de estar no seu lugar"- responde o porteiro em meios a risos e um cutucão no outro estagiário.
Guilhermino resolve se calar e parar de reclamar da vida, pensando que há pessoas com mais dificuldades do que ele, e se concentra no prato de feijão, arroz, macarrão e carne guizada à sua frente.
Na volta ao trabalho, entretanto, aquela afirmação de que era uma pessoa sortuda não saía da sua cabeça.
Era algo inconcebível pra Guilhermino, que se achava o ser mais azarado do Universo por ter que aguentar a 'Particinha'. Falando nela: "Guiiiiii...Que bom que eu te achei. Preciso muito de você! Você tem que me ajudar". A voz melosa de manipulação irritava demais o estagiário. Ele a seguiu sem falar muita coisa e foram ambos para a sala de Michele.
Ela explicou que tinha um trabalho para o desodorante Axe. Resmungando, Guilhermino diz que uma propraganda para essa marca de desodorante era muito fácil de fazer, bastando indicar que alguma mulher foi atraída por um homem e relacionar isso ao produto. Concordando, a funcionária joga sobre a mesa alguns exemplos enviados enviados pela empresa:
Enquanto o estagiário observava mais atentamente as peças, ele é surpreendido por Michele que segura os braços do garoto com força contra a parede, enquanto explica sua idéia: "Poderíamos fazer uma mulher segurar e deixar preso um homem forte e vestido de policial". Guilhermino mal ouve suas explicações. Constrangido, apenas conseguiu notar os cabelos da garota sobre sua face. E pela primeira vez notou como eles faziam perfeitamente uma moldura ao rosto da moça. Notou também o desenho do rosto da 'patricinha mimada', além da perfeita combinação da cor dos olhos com os cabelos cheios.
"Você não vai dizer nada?"
Guilhermino retoma os sentidos e vai se esquivando para distante da mulher. Guagueja algo como "Criativo, mas lugar-comum". Sob os olhos negros de Michele e sob o silêncio da boca dela, que ele notava ter um desenho e uma espessura perfeitos, ele completa. "A mulher fica muito oferecida assim"
Michele corou.
O estagiário logo percebeu a face dela ruborizada, assim como apreciou a beleza do contraste que a cor do pecado fazia com o alvo rosto da mulher.
Um silêncio enorme grita nos ouvidos e na mente do rapaz.
...
Michele, com uma voz mais sem graça finalmente fala algo, para alegria do estagiário:
"Mas as mulheres das propragandas desse produto não são nenhuma freira!"
Aleluia! Guilhermino tivera assim a oportunidade de pensar em algo realmente criativo e menos apelativo, podendo, portanto, sair mais rapidamente da sala, para refletir sobre a estranha sensação que vivera naquele momento.
Michele apresentou a peça ao patrão e ao contratante:
Leia os capítulos anteriores:
A saga de Guilhermino 1, 2 e 3
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